Santiago Norte

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A Região de Santiago Norte compreende uma área importante da ilha de Santiago abrangendo seis municípios cuja população total é de 120.184 habitantes, correspondendo a aproximadamente 24,4% da população de Cabo Verde.

Data de 2006 a criação oficial da primeira região sanitária e a área de Santiago Norte foi escolhida como um espaço para a experimentação de reformas nos domínios da regulação, da organização da prestação de serviços e do financiamento, que poderão ser depois generalizadas na perspectiva da criação de novas regiões sanitárias.

A elaboração de um Plano Regional de Desenvolvimento Sanitário representa uma etapa no processo de afirmação da Região Sanitária de Santiago Norte, permitindo-lhe identificar os aspectos positivos que devem ser reforçados assim como os principais desafios a ultrapassar para que ela possa ser um agente activo do desenvolvimento sanitário nacional.


POPULAÇÃO

De acordo com os dados preliminares do censo de 2010, a população da região é de 120.184 habitantes o que representa 24,4% da população do país contra cerca de 27% em 2000 apresentando uma taxa média de crescimento anual praticamente nula, entre 2000 e 2010 .
A densidade da população em média é de 163/Km2 situando-se os extremos nos concelhos de São Lourenço dos Órgãos (66,0) e São Salvador do Mundo (289,2) e contrariando a tendência a nível nacional onde, segundo o último censo, o efectivo urbano é de 62% e o rural de 38%, a população da zona rural continua mais elevada que a urbana em todos os concelhos da RSSN variando num leque de 64,9% em S. Cruz a 83,8% em S. Salvador do Mundo.
O tamanho médio do agregado familiar é superior a 4 e a razão homem/mulher varia de 0,81 em Calheta de S. Miguel a 0,93 em S. Cruz e S. Lourenço dos Órgãos.


GEOGRAFIA

Os seis municípios da RSSN compreendem uma área total de 736,7Km2 que corresponde a cerca de 70% da ilha de Santiago e 17% do total do país. A área maior corresponde ao concelho de S. Catarina com 243,0 Km2 sendo Picos o concelho mais pequeno com uma área de cerca de 30 Km2.

Com uma topografia variada e de relevo acidentado onde se destacam alguns maciços montanhosos (Serra Malagueta com 1.063 m, Monte Graciosa com 642 m e Pico de Antónia com cerca de 1.394 m) a região apresenta também áreas de litoral e terras baixas com extensas achadas (S. Catarina, Tarrafal, S. Miguel e S. Cruz) e ainda importantes vales tais como: Engenho, Principal, Saquinho/Tabugal, da Ribeira Seca e Santa Cruz e Ribeira da Barca e Faveta.

A região é rica em micro climas com zonas bem delimitadas (Serra Malagueta, São Jorge, Pico de Antónia), outras áridas e semi-áridas como a zona envolvente à barragem de Poilão.


ECONOMIA

Os concelhos da RSSN, tal como o resto do país, são pobres em recursos naturais com uma produção agrícola insuficiente para satisfazer as necessidades alimentares da sua população. Embora com algumas potencialidades em diferentes sectores, agricultura, pecuária, pesca e turismo constata-se que os investimentos até agora consentidos não são de molde a potenciar os recursos existentes, de forma a criar emprego e fontes de rendimento para as famílias.

Alguns concelhos evidenciam ganhos no domínio do abastecimento de água potável às populações como por exemplo Tarrafal, S. Cruz, S. Catarina onde 93,0%, 89,1% e 80, 9% respectivamente têm acesso a uma fonte de água potável sendo a percentagem de agregados com ligação à rede pública de respectivamente 64,1%, 76,9% e 48,8%). O concelho de S. Salvador do Mundo apresenta-se como o menos beneficiado neste sector, com um acesso a água potável estimado em 43,2% e apenas 15,4% dos agregados com ligação à rede pública de água.

As melhorias nas condições de saneamento básico sobretudo na evacuação de resíduos sólidos estão ainda longe da média nacional. Com efeito, em todo o país 58% de agregados têm ligação à rede de esgotos enquanto na região esta percentagem é de 31% sendo o concelho de S. Salvador do Mundo aquele que apresenta a situação mais precária com apenas 20,4%. Haverá, com certeza, necessidade de reforçar as políticas do poder local no que tange a estes domínios tendo em conta os importantes constrangimentos de ordem financeira com que se debatem.

A beneficiação da rede viária, com a asfaltagem de importantes troços, trouxe melhorias à circulação de pessoas e bens mas um número importante de comunidades ainda se encontram encravadas devido à falta de meios de transporte e de estradas com as mínimas condições para a circulação.
Espera-se poder capitalizar o poder político de Santiago Norte, que já é uma realidade, a favor do desenvolvimento sanitário da RSSN, dinamizando a participação dos órgãos eleitos nos órgãos colegiais criados tendo em vista o acompanhamento das intervenções planificadas.

Por último, as dimensões culturais que, como se sabe, condicionam os hábitos, atitudes e comportamentos merecem uma atenção particular esperando-se que as mesmas possam ser estudadas para uma melhor compreensão dos seus efeitos na procura dos serviços de saúde e na adesão às medidas terapêuticas propostas.