Uma conversa aberta sobre a temática “inícios saudáveis, futuros esperançosos” promovida pela Região Sanitária Santiago Norte (RSSN), em parceria com Hospital Regional Santa Rita Vieira (HRSRV), marcou o Dia Mundial da Saúde, assinalado hoje, com foco na saúde materna e neonatal.
O momento de reflexão destinado aos profissionais de saúde, que teve lugar na Sala de Reuniões da RSSN, contou com a presença da directora/PCA do HRSRV, Isaquiela Pinheiro, e foi orientado pela representante interina da OMS em Cabo Verde, Edith Pereira, que participou online.
“O objectivo da conversa aberta em primeiro lugar é para assinalar e não deixar passar em branco esta efeméride importante, que é o Dia Mundial da Saúde, o Dia Mundial da Saúde, celebrado anualmente a 07 de Abril, e que assinala a fundação da Organização Mundial da Saúde (OMS), ocorrido em 1948”, disse o médico.
Parafraseando o lema deste ano, notou que “uma criança que nasceu saudável poderá ter um futuro mais esperançoso e mais brilhante, do que outra que inicia a sua vida logo com uma doença, que, a seu ver, vai trazer um conjunto de problemas para o próprio indivíduo que nasceu com a doença, os familiares, a sociedade e para o próprio estado que vai encarregar com os custos deste sofrimento e deste início o não mais adequado”.
Na ocasião, João Baptista Semedo revelou que as estruturas de saúde da RSSN com condições para realização de partos registaram nos últimos dois anos – 2023 e 2024 – uma taxa zero de mortalidade materna e infantil.
Perante estes dados, considerados um marco importante para a saúde pública, o médico assegurou que a meta da RSSN é manter a taxa zero em 2025, tendo em conta que, segundo ele, as mortes maternas e infantis são preveníveis.
Por outro lado, assegurou que todos os seis centros de saúde nos seis municípios que compõem a RSSN têm condições para realização de partos, com excepção de São Salvador do Mundo, Órgãos e São Miguel que são em casos de período expulsivos.
O Dia Mundial da Saúde, celebrado anualmente a 7 de abril, assinala a fundação da Organização Mundial da Saúde (OMS), ocorrido em 1948. Em 2025, o tema proposto é "Inícios saudáveis, futuros esperançosos" (Healthy beginnings, hopeful futures), tema que dará início a uma campanha mundial de um ano focado na saúde materna e neonatal.
Com esta iniciativa, a OMS apela aos governos e a toda comunidade de saúde a intensificarem os esforços no sentido da redução e eliminação de mortes maternas e neonatais evitáveis e a priorização da saúde e o bem-estar materno-infantil, a curto, médio e longo-prazo.
De acordo com os dados da OMS, anualmente cerca de 300.000 mulheres morrem devido a complicações na gravidez ou no parto, mais de 2 milhões de bebés morrem no primeiro mês e milhões mais nascem mortos. Isto equivale a uma morte evitável a cada sete segundos.
O continente africano, especificamente a África Subsaariana e o sul da Ásia, são as regiões mais afetadas, segundo os relatórios mais recentes.
Em Cabo Verde, os desafios relacionados à mortalidade materna e neonatal têm exigido medidas e ações concretas que visam garantir que todas as grávidas, mães e bebés têm acesso a cuidados de qualidade antes, durante e após o parto.
Os indicadores de referência têm demonstrado avanços claros, ao longo dos anos, a taxa de mortalidade materna em Cabo Verde situa-se inferior à média mundial e da Região Africana.
A vacinação contra o HPV com cobertura de 99% na faixa etária dos 10 a 14 anos, criação das sala de saúde do Adolescente e prevenção da gravidez precoce, redução da transmissão vertical do VIH, Criação dos Serviços de neonatologia nos hospitais, a institucionalização do parto humanizado em alguns hospitais e centros de saúde, criação do banco de leite humano, introdução de novas vacinas no calendário vacinal, reforço da formação e capacitação dos técnicos, implementação do novo partograma e das diretrizes para os cuidados, maternos, neonatais e infantis, construção de novos centros de saúde com mais recursos humanos especializados, são medidas de politicas que tem contribuído para a melhoria dos indicadores maternos infantis em Cabo Verde.
Outros indicadores como a taxa de grávidas captadas para 1ª Consultas de prénatal, acima dos 98% em 2022; com uma média nacional de quase 7 consultas de controlo, uma taxa de consulta Pós-Parto acima dos 65% e os partos assistidos por profissionais qualificados e em unidades de saúde adequadas que atingiu em 2022 a taxa de 98,4%, tem mostrado o forte engajamento do Sistema Nacional de Saúde em melhorar a atenção que é dada a saúde materno infantil em Cabo Verde.