1. A evolução dos indicadores de saúde na RSSN acompanha a tendência nacional, mostrando que também se encontra em fase de transição epidemiológica, caracterizada pela coexistência duma incidência significativa de doenças infecto-contagiosas típicas de regiões e ou países desenvolvidos e da ocorrência crescente de doenças degenerativas tais como acidentes vasculares cerebrais, tumores e doenças do aparelho circulatório e de traumatismos entre as principais causas de mortalidade.
2. Excluindo os sintomas mal definidos , entre 2007 e 2009, as doenças do aparelho circulatório aparecem como a primeira causa de morte na população em geral, representando quase um terço dos óbitos em 2009 (28%). Neste ano destacaram-se ainda nos lugares cimeiros as doenças infecciosas e parasitárias (10%), as doenças do aparelho respiratório (8,6%), os tumores e neoplasias (7,6%), os traumatismos e envenenamentos (6,7%) e as afecções perinatais (4,7%).
3. A mortalidade infantil, também em regressão, é bastante afectada pelo peso das mortes no período neonatal precoce (58%) verificando-se ainda um número elevado de nados mortos. Entre as principais causas situam-se as afecções perinatais, as doenças infecciosas e parasitárias, as doenças do aparelho respiratório, as anomalias congénitas e as doenças do sistema nervosos central.
4. As mortes maternas têm-se reduzido, registando-se uma morte num período de três anos (2007 a 2009). Contudo, não obstante os progressos registados, persistem insuficiências na prestação de cuidados obstétricos de base e de urgência que a qualquer momento podem contribuir para fazer oscilar esta tendência. Conforme as conclusões do relatório sobre a avaliação da qualidade dos cuidados obstétricos e neo-natais de urgência, realizado em 2010 , dever-se-á reforçar as competências técnicas para a assistência ao parto e ao recém-nascido, incluindo a disponibilidade de kits de urgência nas salas de partos, a correcta utilização do partograma assim como estágios de actualização para os técnicos.
5. A evolução das principais causas de morte na RSSN, atesta bem, tal como para o resto do país, a transição epidemiológica que vive, com as causas não transmissíveis a se responsabilizarem por perto de 50% ou mais dos óbitos entre a população geral. O peso das mortes neo-natais precoces (58%), no cômputo da mortalidade nos menores de um ano e o número ainda elevado de nados mortos, indicam fraquezas de organização e funcionamento dos serviços para uma resposta efectiva aos problemas ligados à gravidez e ao parto