1. Com base nas informações disponíveis os problemas de saúde na RSSN seguem o padrão do país em geral, com uma frequência ainda elevada de doenças infecciosas e transmissíveis (doenças diarreicas, infecções respiratórias agudas, pneumonias, infecções sexualmente transmissíveis, infecções da pele e tecidos subcutâneos e outras) como também de doenças crónicas e degenerativas, não transmissíveis, com destaque para acidentes vasculares cerebrais, doenças cardiovasculares, neoplasias e diabetes.
2. Os dados sobre a tuberculose, por delegacia de saúde, mostram taxas de incidência e de prevalência inferiores às nacionais (62,7 e 69,2 respectivamente), nas quatro delegacias da região: S. Cruz (11,0 e 16,0), S. Catarina (7,0 e 19,0), S. Miguel (11,0 e 34,0) e Tarrafal (22,0 e 22,0).
3. A notificação de casos de paludismo, autóctone e importado, é actualmente reduzida e ocorre sobretudo no concelho de S. Catarina. Em 2009, foram notificados 6 casos autóctones (4 em S. Catarina e 1 em S. Cruz e Picos) e 1 importado (Santa Catarina).
4. A infecção pelo VIH/Sida apresenta uma prevalência ainda baixa tal como a nível nacional. Em 2009, foram notificados 15 casos novos no sexo masculino e 18 no sexo feminino, encontrando-se em registo 133 casos. Ocorreram 12 óbitos por Sida em 2009 dos quais sete em Santa Cruz .
5. No âmbito da saúde mental, ainda não existem estudos que permitam estimar a prevalência de transtornos mentais na população da RSSN. No entanto, foi considerado importante o número de pessoas em seguimento por doença mental e, em todos os concelhos, o alcoolismo está identificado como um problema grave de saúde pública, começando também a despontar o uso abusivo de outras drogas.
6. Os traumatismos por causas diversas são frequentes sendo de realçar a gravidade de alguns acidentes de viação devido, em parte, às características do traçado das estradas mas sobretudo à condução sob o efeito do álcool associado ou não à imperícia e ou excesso de velocidade. O uso da violência, em particular a doméstica, quedas e outros acidentes domésticos são também causas frequentes de traumatismos diversos.
7. Dos problemas nutricionais destaca-se a prevalência alta de anemia de 54,9%, de acordo com os dados do Inquérito sobre Prevalência de Anemia e Factores Associados realizado em 2009, sendo que a OMS considera grave uma prevalência superior a 40%. Os níveis de pobreza nos concelhos da região são um indicador indirecto da existência de outras carências nutricionais, cuja prevalência importa precisar.
8. Apesar da insuficiência de dados, os problemas de saúde bucal são frequentes com relevância para a doença cárie e as periodontais como o demonstra um levantamento realizado nas escolas do EBI do concelho do Tarrafal, em 2009, que mostrou uma percentagem de 64,7% de alunos com doença cárie e a prevalência da doença periodontal (60,9%) entre outras alterações da cavidade bucal. São também frequentes, as doenças dos olhos e dos aparelhos genitais e urinário.
9. O Plano regional de desenvolvimento sanitário deve ter em conta ainda os problemas decorrentes de uma fecundidade e natalidade elevadas associadas a uma taxa não negligenciável de gravidez na adolescência, embora um pouco inferior à média nacional.