O diretor da Região Sanitária Santiago Norte (RSSN), João Baptista Semedo, participou no painel sobre a declaração de Adis Abeba sobre a vacinação na região africana, no âmbito da 74ª sessão regional do Comité da Organização Mundial da Saúde (OMS) para África, onde partilhou a experiência de Cabo Verde em matéria da vacinação.
O médico falava em representação da ministra da Saúde, Filomena Gonçalves, no evento que decorreu de 26 a 30 de Agosto, em Brazzaville, República do Congo.
Durante a sua intervenção, João Baptista começou por destacar que Cabo Verde conseguiu baixar a taxa de mortalidade infantil de 108/ mil em 1975 – altura de independência – para 10/mil hoje.
Ou seja, ajuntou que Cabo Verde tem 49 anos de existência enquanto país soberano, esse feito foi possível graças em grande medida a contribuição da vacinação como uma das maiores medidas de saúde pública no quesito de proteção da saúde das crianças.
Segundo disse, este fato pode ser comprovado tendo em conta a grande estabilidade sanitária instalada no país, pois a mais de 20 anos que Cabo Verde não regista nenhuma epidemia provocados por doenças preveníveis por vacinação.
Na ocasião, lembrou que Cabo Verde foi certificado em 2016 como país livre da poliomielite e está a preparar os dossiês para submissão junto da Organização Mundial da Saúde (OMS) para que possa vir a ser considerado como para livre do tétano neonatal, do sarampo e da rubéola.
“Todos esses êxitos que Cabo Verde alcançou foi graças ao intenso trabalho desenvolvido tanto no campo das infraestruturas sanitárias, pois o país tem uma forte rede de estruturas de saúde onde permite que qualquer cidadão em menos de 30 minutos alcance um Centro de Saúde, como no campo dos recursos humanos, tendo preocupado que os seus recursos humanos sejam bem qualificados”, assinalou.
Cabo Verde, segundo o médico, aloca neste momento perto de 13% do Orçamento geral do Estado (OGE) à Saúde o que está muito próximo de cumprir com a declaração de Abuja que recomenda os Estados-membros a alocarem 15% dos seus orçamentos à saúde.
De entre as medidas de política pública a favor da saúde em Cabo Verde, João Baptista Semedo destacou a gratuitidade de atenção para as crianças de menos de 05 anos e as grávidas.
“Temos uma população com um forte nível de conhecimento sobre a importância da vacinação. Cabo Verde introduziu recentemente a vacina HPV no calendário nacional de vacinação”, reforçou João Baptista Semedo.
Não obstante os ganhos a nível da vacinação, admitiu que o país apresenta ainda alguns desafios no que tange ao financiamento, tendo em conta que Cabo Verde não é elegível ao Aliança Global para as Vacinas (GAVI).
Acrescentou ainda que Cabo Verde “carece ainda de reforço de recursos humanos e ainda tem o desafio da construção de um edifício próprio para o programa alargado de vacinação”.
O Comité Regional é o órgão de decisão da OMS na região, reunindo-se uma vez por ano para discutir e aprovar políticas, atividades e planos financeiros destinados a melhorar a saúde da população africana.
Durante esta 74ª sessão do Comité Regional da OMS AFRO, os ministros da saúde e chefes de delegações dos 47 estados membros escolheram Faustine Ndugulile, como novo director regional da OMS para África, e Zâmbia, como próximo país a acolher a 75ª Sessão do Comité Regional da OMS.