A marcha aconteceu em todos os municípios da Região Sanitária Santiago Norte, neste domingo, 27 de outubro. A cidade de Assomada, centro político, administrativo e comercial do concelho de Santa Catarina serviu de palco central das atividades.
Enquadrada no âmbito do programa “Outubro Rosa” a marcha visa chamar atenção sobre dois cancros que atingem as mulheres com muita frequência – o cancro de mama e o cancro de colo de útero.
Com efeito, segundo dados da OMS, o cancro de mama é a segunda causa de morte por cancro em mulheres, logo a seguir ao cancro do colo de útero.
Cancro da mama é o cancro que se desenvolve no tecido mamário. Entre os sinais de cancro da mama estão o aparecimento de um nódulo na mama ou perto da mama na zona da axila; alterações na forma ou na aparência da mama, como retração do mamilo, pele da mama ou aréola, mamilo com aparência escamosa, vermelha, inchada ou com saliências e reentrâncias; ou ainda sensibilidade no mamilo e secreção ou perda de líquido pelo mamilo. Em pessoas com a doença disseminada, pode também verificar-se dor óssea, gânglios linfáticos inchados, falta de ar e icterícia.
Entre os fatores de risco para o desenvolvimento de cancro da mama estão o sexo feminino, a idade, obesidade, falta de exercício físico, o consumo de álcool, a terapia de reposição hormonal durante a menopausa, radiação ionizante, idade precoce da primeira menstruação, ter filhos em idade tardia ou não ter tido filhos.
Entre 5 e 10% dos casos são causados por genes herdados dos pais da pessoa, entre os quais o BRCA1 e o BRCA2.
O cancro da mama geralmente desenvolve-se nas células do revestimento dos canais mamários e dos lóbulos onde é produzido o leite. Os cancros que se desenvolvem nos canais são denominados carcinomas ductais, enquanto que os que se desenvolvem nos lóbulos são denominados carcinomas lobulares.
Existem ainda mais 18 subtipos de cancro da mama. Alguns cancros desenvolvem-se a partir de condições pré-malignas como o carcinoma ductal in situ.
O diagnóstico de cancro da mama é confirmado através de uma biópsia do nódulo em questão. Uma vez realizado o diagnóstico, são realizados mais exames para determinar se o cancro se disseminou para além da mama e a que tratamentos pode responder.
Como medida de prevenção, em pessoas com risco elevado de desenvolver cancro da mama, podem ser usados os fármacos tamoxifeno e raloxifeno.
Outra medida de preventiva em mulheres com risco agravado é a remoção cirúrgica de ambas as mamas.
Em pessoas a quem foi diagnosticado cancro, estão disponíveis uma série de tratamentos, incluindo cirurgia, radioterapia, terapia hormonal e terapia direcionada. Dependendo do tipo de intervenção necessário, a cirurgia pode conservar a mama (p.e. quadrantectomia) ou ser realizada uma mastectomia. A reconstrução de mama pode ter lugar durante a cirurgia ou numa data posterior. Nas pessoas em que o cancro já se disseminou para outras partes do corpo, os tratamentos destinam-se sobretudo a prolongar a vida, melhorar o conforto e a qualidade de vida.
O prognóstico para o cancro da mama varia em função do tipo de cancro, extensão da doença e idade da pessoa.
A taxa de sobrevivência em países desenvolvidos é elevada, sendo mais reduzida nos países em vias de desenvolvimento. Quando se considera todo o mundo, o cancro da mama é a causa mais comum de cancro em mulheres, correspondendo a 25% de todos os casos. Em 2012 foi responsável por 1,68 milhões de casos e 522 000 mortes. É mais comum em países desenvolvidos e é mais de 100 vezes mais comum em mulheres do que em homens.